Mudanças Climáticas e Agricultura: O Impacto Real na Sua Próxima Safra

Veja como as mudanças climáticas estão afetando diretamente a agricultura brasileira em 2025. Entenda os impactos por região e cultura, e saiba como proteger sua próxima safra com planejamento, tecnologia e gestão estratégica.

Por Equipe SSCrop
Gestão de Fazendas
03/04/2025
5 mins de leitura

Em março de 2025, as mudanças climáticas já deixaram de ser uma previsão de futuro e passaram a ser parte da realidade do produtor rural. A alteração dos padrões climáticos tem gerado uma nova dinâmica no campo: calendários de plantio desregulados, frequência maior de eventos extremos e incerteza na produtividade das principais culturas.

Esse cenário obriga o produtor a sair do improviso e buscar uma gestão rural baseada em dados, tecnologia e previsão estratégica. Este artigo foi elaborado para mostrar, com base em dados atualizados e fontes confiáveis, o impacto real das mudanças climáticas na safra 2024/25 e o que esperar (e planejar) para a safra 2025/26, com foco em ação prática, inovação e resiliência no campo. [1]

O Cenário Climático Atual (2025)

O verão 2025 foi marcado por instabilidades severas, como:

  • Chuvas excessivas no Centro-Oeste e Sudeste; [3]

  • Estiagens prolongadas no Sul e Matopiba; [3]

  • Ondas de calor fora do padrão em diversos estados; [3]

  • Maior incidência de pragas e doenças em função da umidade e calor; [2]

  • Fenômenos climáticos irregularescomo granizo, ventanias e queimadas precoces. [3]

Dados Relevantes:
  • Segundo a Conab (Boletim Março/2025), a safra de grãos deve atingir 295,4 milhões de toneladas, com redução de 4,2% em relação ao ciclo anterior, principalmente por causa do clima. [1]

  • O RS, por exemplo, registra perda superior a 20% na produtividade de milho e soja. [1]

  • A produtividade média da soja caiu para 3.389 kg/ha, com destaque negativo para o Sul e parte do Matopiba. [1]

  • A previsão do CEMADEN para o outono 2025 indica maior risco de estiagens no Sul e aumento de chuvas no Norte e Nordeste. [3]

Como as Mudanças Climáticas Estão Impactando o Campo

  • Redesenho do Calendário Agrícola

    Com a imprevisibilidade do clima, a antiga "janela de plantio" não se aplica mais como antes. O produtor precisa usar previsão de médio e longo prazo para planejar plantios, colheitas e aplicações. Produtores que não se adaptam enfrentam maior risco de falhas na germinação, desuniformidade na colheita e menor qualidade dos grãos. [3]

  • Pressão Sanitária Elevada

    Temperaturas altas associadas à umidade favorecem surtos de ferrugem asiática, cigarrinha do milho, mosca-branca, antracnose, entre outras. O custo com defensivos agrícolas subiu em média 8,6% na safra 2024/25 (Cepea), exigindo um planejamento fitossanitário mais técnico e sustentável. [2]

  • Perdas Hídricas e Estresse Vegetal

    A irrigação deixou de ser uma opção para se tornar estratégia. Em algumas regiões do NE e CO, produtores relatam perdas de 25% ou mais nas lavouras sem sistemas de irrigação suplementar. Soluções como pivôs centrais, gotejamento e sensores de umidade tornam-se aliados da produtividade. [2]

  • Impactos na Logística e Colheita

    Solos encharcados atrasaram a colheita da soja em GO e MT. Em paralelo, a estiagem no Sul gerou perdas e dificultou o transporte de grãos, além de comprometer a qualidade dos produtos. Algumas cooperativas relataram perdas de 10% apenas por atraso logístico. [1]

  • Desbalanceamento Econômico nas Cadeias de Produção

    A flutuação nos volumes de produção, associada à instabilidade climática, gera incerteza nos preços, contratos e no abastecimento da indústria de transformação e exportação. O agricultor precisa pensar além da lavoura: entender sua posição na cadeia é cada vez mais vital. [4]

Consequências por Região e Cultura (2025)

Centro-Oeste:
  • Plantio da segunda safra de milho comprometido por excesso de chuva; [1]
  • Algumas regiões perderam a janela ideal para semeadura; [1]
  • Necessidade crescente de ajustes no calendário de variedades precoces. [1]
Sul:
  • RS e SC sofrem com estiagens intermitentes; [1]
  • Produtividade do milho e da soja está entre as mais baixas dos últimos cinco anos; [1]
  • Adoção de sistemas de irrigação e cultivo protegido em hortifrúti cresce. [2]
Matopiba:
  • Oscilação das chuvas impactou o desenvolvimento de soja e algodão; [1]
  • Produtor enfrenta desafios para o manejo nutricional e fitossanitário; [2]
  • Culturas de ciclo mais curto ganham espaço como alternativa. [1]
Sudeste e Nordeste:
  • Alta umidade dificulta controle de pragas; [3]
  • Regiões cafeeiras e hortifrúticolas registram perdas e menor qualidade; [1]
  • Pequenos produtores recorrem a consórcios e produção diversificada. [4]

Tendências Climáticas para a Safra 2025/2026

Segundo o INMET e o CPTEC/INPE, a transição entre os trimestres de 2025 aponta:

  • Maior frequência de eventos extremos localizados; [3]
  • Períodos de seca intercalados com chuvas fortes; [3]
  • Risco aumentado de estiagem prolongada no Sul e alagamentos no Norte/Nordeste; [3]
  • Possibilidade de ocorrência de fenômenos combinados (ex: El Niño residual com neutralidade oceânica). [3]

Esse cenário exige adaptação contínua da estratégia produtiva e uso intensivo de dados para decisão.

O Que o Produtor Pode Fazer na Prática

1. Planejamento com Cenários Climáticos Reais

Use histórico climático e previsões confiáveis para redesenhar sua safra. Monte cenários de risco e de oportunidade baseados em diferentes faixas de precipitação e temperatura. [3]

2. Adotar Agricultura de Precisão e Tomada de Decisão Baseada em Dados

A agricultura de precisão transforma dados em decisões estratégicas. Com o apoio da tecnologia, é possível modernizar a gestão da fazenda e tomar decisões mais assertivas com base em informações reais do campo. Veja alguns dos principais benefícios:

  • Mapear áreas com maior risco de estresse hídrico;
  • Gerenciar aplicações conforme microclimas e tipo de solo;
  • Fazer análise comparativa de produtividade entre talhões;
  • Antecipar decisões com base em dados reais da fazenda e previsões integradas. [4]
3. Diversificação de Culturas e Cobertura de Solo
  • Rotacionar culturas reduz riscos climáticos e fitossanitários; [2]
  • O uso de plantas de cobertura melhora a estrutura do solo, a retenção de água e reduz a temperatura do solo em até 5°C em picos de calor; [2]
  • Sistemas agroflorestais e ILPF ganham espaço como alternativas resilientes. [4]
4. Uso de Seguro Rural e Proteção de Receita
  • Produtores que contrataram seguro rural tiveram 20% menos impacto financeiro em regiões com perdas superiores a 30% (MAPA 2024);
  • O Programa de Subvenção Federal cobre até 40% do valor do prêmio;
  • Novas modalidades de seguro paramétrico devem ganhar força até o final de 2025.

Comercialização em Contextos de Instabilidade Climática

As oscilações climáticas afetam muito mais do que o volume colhido — elas têm um efeito direto no tempo ideal de venda, nos preços praticados pelo mercado e na viabilidade de contratos futuros. Em 2025, com perdas severas em estados-chave como RS, SC e parte do Matopiba, observou-se um aumento da volatilidade nos preços de grãos, principalmente soja e milho. [1]

Impactos observados:
  • Redução da oferta em regiões afetadas → preços sobem, mas o produtor sem produto não se beneficia. [1]
  • Instabilidade climática nas lavouras norte-americanas e argentinas também pressiona os mercados internacionais. [6]
  • Dificuldades logísticas atrasam o escoamento e impactam contratos de entrega futura. [7]
Estratégias recomendadas:
  • Diversificação de canais de venda: além das cooperativas, buscar alternativas como plataformas digitais e venda direta pode oferecer maior margem e segurança. [8]
  • Utilização de contratos de hedge: proteger o preço mínimo de venda evita prejuízos caso o mercado caia — mesmo com produtividade abaixo da expectativa. [9]
  • Armazenamento estratégico: produtores que conseguem segurar a produção por mais tempo (em silos próprios ou terceirizados) têm mais poder de barganha ao negociar em períodos de alta. [10]
  • Análise de custo real por saca: usar softwares como o SSCrop para entender o custo final da produção permite precificar com mais assertividade. [11]

Dica: A instabilidade climática pede um produtor mais conectado ao mercado. Planejar a comercialização com antecedência é tão importante quanto planejar o plantio. [1]

Conclusão

A relação entre mudanças climáticas e agricultura é inegável e se intensificou em 2025. Ignorar essa realidade não é uma opção viável para quem busca produtividade e rentabilidade. O futuro da produção rural estará cada vez mais atrelado à capacidade de antecipação, adaptação e gestão inteligente de riscos. [1]

O produtor que souber transformar dados em decisões e adotar práticas sustentáveis estará mais preparado para colher mesmo em um cenário incerto. [4]

Com o SSCrop, você tem o controle da sua safra na palma da mão. Transforme dados climáticos e operacionais em ações estratégicas e proteja sua produtividade. Clique aqui para conhecer nossas soluções.

O software agrícola nascido
do agro para o agro
Central comercial

(77) 99998-9002

comercial@sscrop.com

segundas às sextas-feiras, das 08:00 às 12:00 e de 14:00 às 18:00 horas.

Central de suporte

(77) 99920-9002

suporte@sscrop.com

segundas às sextas-feiras, das 08:00 às 12:00 e de 14:00 às 18:00. Aos sábados, das 08:00 às 12:00 horas.

Luís Eduardo Magalhães - BA
Rua Rui Barbosa, 1902, Centro
Campinas - SP
Rua Embiruçu, 80, Alphaville Empresarial
Londrina - PR
Cocriagro - Parque de Exposições Ney Braga