Produtividade do Milho por Hectare: Analisando os Resultados da Sua Safra

Aprenda como calcular a produtividade do milho por hectare e descubra estratégias para reduzir custos e aumentar a rentabilidade da lavoura.

Por Equipe SSCrop
Gestão de Fazendas
19/05/2025
7 mins de leitura

A produtividade do milho representa um dos principais indicadores de eficiência das lavouras brasileiras, refletindo diretamente o impacto das técnicas de manejo e gestão adotadas pelos produtores.

A evolução da produção de milho brasileira é certamente notável. Entre as safras de 1976/77 e 2019/20, a área plantada cresceu 56,8%, saltando de 11,8 para 18,5 milhões de hectares. Ainda mais impressionante é que a média de sacas de milho por hectare aumentou 3,4 vezes nesse período, enquanto a produção total subiu de 19,3 para 102,3 milhões de toneladas – um crescimento extraordinário de 430,1%. Esses indicadores de produtividade revelam tanto o avanço já conquistado quanto o caminho que ainda pode ser percorrido pela produção de milho brasileira. [1]

Neste conteúdo prático, vamos abordar métodos para calcular e analisar a sua produtividade no cultivo de milho. Vamos explorar desde os principais indicadores usados na lavoura até metodologias e sistemas de manejo, gestão e análise. Além disso, apresentaremos técnicas para análises de custo-benefício para diferentes realidades. Além de apresentar pesquisas que mostram exemplos de práticas como a integração lavoura-pecuária e o uso de fertilização orgânica, que podem reduzir custos e melhorar seus resultados econômicos. [2]

Com as estratégias corretas para a sua realidade, baseadas em análise de dados e experiências comprovadas, sua lavoura de milho pode alcançar níveis de produtividade ainda mais altos e rentáveis.

Indicadores de Produtividade de Milho Mais Usados na Lavoura

Os indicadores de produtividade são informações fundamentais para avaliar e melhorar o desempenho da sua lavoura de milho. Compreender esses números e parâmetros ajuda você a identificar gargalos e otimizar suas operações agrícolas de forma estratégica e eficiente.

Grãos de soja maduros com alto padrão de qualidade, foco em produtividade agrícola por hectare.

Produtividade de Milho por área (kg/ha ou sacas/ha)

Este é o indicador mais utilizado no agronegócio, representando a quantidade de grãos produzida por unidade de área. A produtividade de milho por hectare no Brasil tem apresentado evolução significativa, saindo de 1.602 kg/ha na safra 1976/77 para 7.651 kg/ha em 2018/19, um aumento de 378%. [1]

Para calcular este indicador, você precisa dividir a produção total pela área cultivada. Fatores como qualidade do solo, condições climáticas, adubação e manejo influenciam diretamente este parâmetro.

Produtividade de Milho da mecanização (kg/hora-máquina)

Este indicador mede a eficiência das suas operações mecanizadas, calculando a quantidade de milho produzida por hora-máquina utilizada. É obtido dividindo-se a produção total pelo número de horas-máquina empregadas no cultivo.

A velocidade de operação afeta significativamente este índice. Aumentar a velocidade de plantio de 5 km/h para 10 km/h podia reduzir a produtividade em até 11%, especialmente com tecnologias de plantio antigas devido à menor precisão na deposição de sementes. No entanto, com tecnologias modernas de alta velocidade e plantadeiras bem ajustadas, é possível plantar a 10 km/h ou mais rápido sem perdas significativas e, às vezes, com ganhos de produtividade. [3]

A perda de produtividade em altas velocidades depende muito da tecnologia da plantadeira e da qualidade da operação. Além disso, a produtividade da mecanização está diretamente relacionada ao formato dos talhões e à capacidade operacional do seu maquinário.

Produtividade de Milho da fertilização (kg grão/kg de N, P, K)

Este indicador avalia a eficiência da adubação, mostrando quantos quilos de grãos são produzidos para cada quilo de nutriente aplicado. Para o nitrogênio, pesquisas realizadas no cerrado mostram que a aplicação de 120-125 kg/ha de N pode proporcionar produtividades máximas de 6.165 kg/ha. [4]

O fósforo apresenta eficiência de apenas 20-30% no milho, enquanto para o potássio, a eficiência varia de 26% a 43%, sendo o restante retido na palhada. [4]

Exemplos de indicadores aplicados a produção de Milho

Na prática diária da gestão rural, esses indicadores orientam decisões importantes:

  • A produtividade por área permite comparar o desempenho entre safras e regiões
  • A produtividade da mecanização ajuda no dimensionamento da frota e no planejamento logístico
  • A produtividade da fertilização contribui para ajustes nas recomendações de adubação, melhorando a rentabilidade

Para otimizar a produtividade de milho em plantio direto, a Integração Lavoura-Pecuária (ILP) geralmente apresenta um menor custo operacional inicial, tornando-se uma opção economicamente atraente a curto prazo. A ILP busca sinergias entre agricultura e pecuária para otimizar o uso de recursos e reduzir a dependência de insumos externos. [5]

Em contrapartida, o sistema de plantio direto com adubação orgânica (PDO) demonstra potencial para maior eficiência econômica e, principalmente, uma produtividade de milho mais sustentável a médio e longo prazo. Embora o investimento inicial possa ser semelhante ou ligeiramente maior, a melhoria da saúde do solo proporcionada pela adubação orgânica (aumento da matéria orgânica, melhor estrutura e atividade biológica) tende a resultar em maior retenção de água e nutrientes, beneficiando a produtividade de milho de forma contínua. A escolha ideal depende das características e objetivos de cada propriedade. [6]

Portanto, monitorar esses indicadores na sua propriedade possibilita identificar oportunidades de otimização e aumentar a competitividade da sua produção de milho.

Eficiência técnica e econômica de diferentes sistemas de manejo de milho

A escolha do sistema de manejo ideal para sua realidade é um fator determinante na produtividade do milho por hectare. Pesquisas comparativas conduzidas em Santa Catarina demonstram diferenças expressivas entre os diversos sistemas de plantio direto disponíveis ao produtor rural, impactando diretamente nos resultados da lavoura.

Produtor analisando dados no milharal com colheitadeira ao fundo, gestão agrícola e tomada de decisão no campo.

Comparação entre PDM, PDO e PDI

Os sistemas de plantio direto podem ser classificados em três categorias principais:

  • Plantio Direto com adubação Mineral (PDM)
  • Plantio Direto com adubação mineral e Orgânica (PDO)
  • Plantio Direto com Integração lavoura-pecuária (PDI)

Pesquisas comprovam que o sistema PDO (Plantio Direto Otimizado) oferece os melhores resultados econômicos e de eficiência produtiva, enquanto o PDM (Plantio Direto Modificado) apresenta os maiores custos de produção. Já o PDI (Plantio Direto Integrado) demonstra o menor custo operacional total, com redução expressiva de 12,1% no COT em comparação ao PDM.[7][8]

No entanto, é fundamental analisar o contexto específico de cada propriedade e safra antes de implementar qualquer sistema. Fatores como tipo de solo, histórico da área, condições climáticas regionais e recursos disponíveis influenciam diretamente no sucesso da estratégia escolhida. O produtor que monitora seus indicadores e adapta o manejo à sua realidade consegue maximizar a produtividade e rentabilidade, independentemente do sistema adotado. Por isso, um diagnóstico personalizado, apoiado por dados confiáveis da propriedade, é o primeiro passo para uma tomada de decisão assertiva.

Custo operacional total e margem de lucro na produção de Milho

O sistema PDM demanda investimento superior em insumos, especialmente em adubação mineral, o que eleva consideravelmente seu custo operacional. Pesquisas recentes revelam dados concretos: o PDM apresentou COT de R$ 2.698,69/ha, enquanto o PDO registrou R$ 2.448,43/ha e o PDI apenas R$ 2.319,50/ha.

Como resultado direto dessa diferença nos custos, a margem bruta do PDO alcançou expressivos R$ 2.710,10/ha, superando significativamente o desempenho do PDM, que registrou R$ 2.056,25/ha. Estes números não deixam dúvidas: o investimento estratégico em sistemas integrados pode ter um impacto significativo nos seus resultados financeiros na produção de milho. [9]

Produtividade total dos fatores (PTF)

AA Produtividade Total dos Fatores (PTF), indicador referência para mensurar a eficiência global do sistema produtivo, revela que a lavoura de milho no Brasil apresentou crescimento médio de 0,76% ao ano entre 1995 e 2017. Este avanço foi impulsionado principalmente pelo progresso técnico, que evoluiu a uma taxa média de 0,826% ao ano. [10][11]

Contudo, apesar dessa evolução positiva, o desempenho da cultura do milho ainda permanece abaixo do crescimento da PTF da agropecuária brasileira como um todo, sinalizando um potencial inexplorado de produtividade. Para o produtor, isso representa uma oportunidade concreta de otimização dos fatores produtivos através de uma administração rural cada vez mais eficiente e tecnologias adaptadas à realidade da propriedade.

Remuneração da terra e retorno sobre investimento (ROI)

O Retorno Sobre Investimento (ROI) na cultura do milho varia consideravelmente conforme o sistema adotado. Na prática, cada real investido em sistemas integrados pode gerar um retorno até 15% superior quando comparado aos sistemas convencionais – uma diferença que impacta diretamente o seu resultado financeiro.

Em resumo, os sistemas que incorporam adubação orgânica (PDO) ou integração com componente pecuário (PDI) demonstram desempenho econômico superior, reduzindo efetivamente os custos operacionais e elevando a rentabilidade na produção de milho. A escolha estratégica do sistema mais adequado para a realidade da sua propriedade pode ser o diferencial que transforma os resultados da sua safra.

Com um sistema de gestão rural, como o SSCrop, você consegue analisar precisamente estes indicadores em sua fazenda, comparando os resultados entre diferentes talhões e sistemas de manejo, para tomar decisões baseadas em dados concretos da sua operação.

Custo de produção de Milho por hectare e retorno esperado

Analisar detalhadamente o investimento financeiro por hectare é fundamental para garantir a viabilidade econômica e maximizar sua produtividade de milho. Mesmo em cenários de custos elevados, o retorno pode ser altamente compensador quando você implementa o sistema de manejo adequado à realidade da sua propriedade.

O produtor que acompanha criteriosamente seus indicadores econômicos consegue identificar oportunidades de otimização que transformam investimentos em resultados concretos.

Notas e moedas de real simbolizando o custo de produção agrícola e o retorno financeiro por hectare no cultivo de milho

Custo médio por nível tecnológico (médio vs. alto)

O investimento necessário para a produção de milho varia expressivamente conforme o nível tecnológico implementado em sua propriedade. Dados recentes da região do Cone Sul de Rondônia revelam que o custo total do milho segunda safra com nível tecnológico médio (NTM) foi calculado em R$ 6.609,55/ha, enquanto o nível tecnológico alto (NTA) demandou investimento de R$ 10.032,87/ha. [12]

Entretanto, apesar do maior aporte financeiro inicial, o custo por saca no NTA (R$ 18,64) mostrou-se 16,7% inferior ao do NTM (R$ 115,98), graças à produtividade 42,9% superior obtida no sistema mais tecnificado. Este é um exemplo claro de como o investimento estratégico pode resultar em maior eficiência econômica.

Em levantamentos conduzidos no Mato Grosso do Sul para a safra 2023, o custo de produção total do milho foi estimado em R$ 4.547,63/ha, exigindo produtividade mínima de 104,56 sacas/ha para cobrir todos os gastos operacionais. Em contrapartida, estudos realizados no Paraná evidenciaram que o custo operacional total do cultivo com alta tecnologia (R$ 1.223,80/ha) superou em 14% o sistema com média tecnologia (R$ 1.047,10/ha), contudo, o custo unitário apresentou-se 12% inferior. [13] [14]

É fundamental monitorar precisamente estes indicadores em sua propriedade, identificando onde cada real investido gera maior retorno e permitindo decisões baseadas em dados concretos da sua operação.

Participação dos insumos no custo total

Os fertilizantes constituem o principal componente na estrutura de custos do produtor de milho, representando expressivos 61,5% das despesas de custeio na safra 2023 no Mato Grosso do Sul. [15] As sementes ocupam a segunda posição, com 14,5% do investimento, seguidas pelos fungicidas (8,3%) e inseticidas (3,4%) – dados que evidenciam onde estão concentrados os principais desembolsos durante o ciclo produtivo.

Ao comparar diferentes regiões produtoras, observa-se que os adubos compõem entre 22,5% e 41% do custo total, variando conforme o nível tecnológico implementado na propriedade. Esta diferença significativa demonstra como as escolhas de manejo impactam diretamente sua estrutura financeira. [16]

Em valores absolutos, o investimento total em insumos alcançou R$ 658,25/ha em sistemas que utilizam alta tecnologia. Já para o milho-verde irrigado, esse montante chegou a impressionantes R$ 1.849,55/ha quando consorciado com crotalária – uma estratégia que, apesar do maior custo inicial, pode proporcionar ganhos expressivos de produtividade e qualidade.

Compatibilidade entre investimento e expectativa de rendimento

A relação benefício/custo (RBC) é o termômetro determinante da viabilidade econômica do seu cultivo de milho. Dados recentes demonstram que sistemas de alta tecnologia alcançaram RBC de 4,84, superando significativamente o índice de 4,48 obtido em sistemas menos intensivos. Na prática, isso significa que cada real investido no sistema mais tecnificado gera retorno financeiro superior.

Analisando os índices de lucratividade, os números favorecem claramente o cultivo com alta tecnologia, apresentando margem bruta de 14% e índice de lucratividade de 12,6% - resultados que impactam diretamente o fluxo de caixa da sua propriedade.

Para atingir o ponto de nivelamento (PN), produtores que utilizam tecnologia média precisam produzir 49,9 sacas/ha, enquanto aqueles que optam por tecnologia alta necessitam de 58,3 sacas/ha. Embora o PN seja maior no sistema avançado, o retorno compensa amplamente: para cada R$ 580,00 investidos no cultivo com alta tecnologia, projeta-se gerar aproximadamente R$ 1.740,84 de renda líquida.

Conclusão

Elevar a produtividade do milho por hectare não é apenas um desafio - é o caminho direto para a rentabilidade que seu investimento merece. Neste artigo, apresentamos indicadores-chave, estratégias de manejo e métodos de análise de custos para auxiliar a clareza da análise dos principais indicadores de produtividade no momento do fechamento da safra.

Os sistemas de manejo que incorporam análise precisa de dados, como o PDO e o PDI, demonstram consistentemente resultados superiores tanto em produtividade quanto em retorno financeiro. Não por acaso, produtores que adotam essas práticas conseguem reduzir custos operacionais e maximizar o aproveitamento de cada hectare cultivado.

Cada propriedade rural tem características únicas, e a estratégia ideal para maximizar a produtividade do milho por hectare precisa refletir sua realidade específica. É aqui que a tecnologia faz a diferença.

Quando você transforma dados em estratégias práticas, sua lavoura de milho alcança resultados superiores e consistentes. Cada hectare passa a produzir conforme seu verdadeiro potencial, porque suas decisões são baseadas não em suposições, mas na realidade específica da sua fazenda.

Com um sistema de gestão especializado no agronegócio, você monitora em tempo real cada fator que influencia a produtividade do milho por hectare, por talhão e até mesmo distinção de manejo, comparando o desempenho entre talhões e tomando decisões baseadas em dados concretos.

Produtor, quer aplicar esses indicadores na sua fazenda? O SSCrop foi desenvolvido para monitorar sua lavoura de milho com precisão, permitindo comparar talhões, calcular ROI e gerar relatórios completos para o fechamento de safra.

FAQs

  • Q1. Qual é a produtividade média de milho por hectare no Brasil na última safra?

    Considerando a última safra, a 2023/2024, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou uma produtividade média nacional de aproximadamente 5.553 kg/ha.

  • Q2. Qual é o custo médio de produção de milho por hectare?

    Na safra 2023/24, o custo médio de produção de milho por hectare no Brasil variou entre R$ 3.305,31 e R$ 3.475,11, dependendo da região e do nível tecnológico adotado.

  • Q3. Como posso estimar a produtividade do milho antes da colheita?

    Um método eficaz é coletar amostras de uma área de 10 m² no campo. Conte as espigas, debulhe-as, pese os grãos e corrija a umidade para 13%. Multiplique o peso obtido por 1.000 para estimar a produtividade em kg/ha. Este método tem uma margem de erro de 8-10%.


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